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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Mercado consolida visão “lixo” para dívida do Brasil

Foto: Para economistas, rating da Moody / O Financista

"Essa mudança reforça a leitura de que estamos em um quadro bastante adverso e sem perspectivas de melhora. Muito pelo contrário, há até o risco de uma piora adicional no curto prazo, o que é sinalizado pela perspectiva da nota”, disse Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria, em entrevista a O Financista , destacando a perspectiva negativa da agência.

David Tawil, presidente do Maglan Capital – hedge fund especializado em ativos especulativos -, concorda que a decisão da Moody’s não chega a surpreender, mas afirma que o corte solidifica o status de junk do país. O corte em dois degraus, segundo Arnaud Masset, analista do banco suíço Swissquote, apenas reforça a ideia de que a agência estava atrasada em relação ao rating do Brasil.

Para Neto, o rating agora está “bem condizente” com o cenário brasileiro. “Se analisarmos o comportamento dos prêmios de risco do Brasil nesses últimos meses, veremos que o mercado já havia rebaixado o Brasil bem antes”.

Vulnerabilidade

“A leitura global hoje, em termos de Brasil, é claramente negativa”, destaca Silvio Campos Neto. O economista diz que o país só não está “muito vulnerável” a choques externos devido ao significativo nível de reservas internacionais, que dão uma margem de manobra “bem relevante”. Além disso, pelo fato de o país viver um processo de ajuste de contas externas, o movimento puramente econômico que está se dando via câmbio e recessão limita o risco de um choque mais profundo.

A situação econômica externa está longe de ser ideal para o Brasil, especialmente em um ambiente de queda dos preços das commodities, fraca demanda mundial e sentimento de risco de deterioração, de acordo com Arnaud Masset.

“Se tivermos uma piora do crescimento mundial em decorrência da continuidade do processo da desaceleração da economia chinesa, isso vai ter um impacto maior aqui [no Brasil] do que em outros emergentes”, disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho.

Para Rostagno, o país não fez o seu dever de casa em tempos de vacas gordas e, agora, tenta corrigir os rumos em meio a um momento mais desfavorável.

Insustentabilidade da dívida

A insustentabilidade da dívida foi outro ponto citado pela Moody’s e os analistas esperam que a relação dívida/PIB chegue a 80% até 2018. “Esse cenário é definitivamente razoável. Mas o que importa é o desenvolvimento do lado político: é importante lembrar que, além da turbulência dos mercados globais e do ambiente de risco de deterioração, o caos político do Brasil tem exacerbado a crise econômica”, disse Masset.

O banco Mizuho trabalha com essa relação atingindo os 80% em 2018, com alguma reversão após as eleições presidenciais, caso haja alguma mudança no governo do país.

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